04/10/2010

Estudantes vencem «braço de ferro» com Macário

Macário Correia voltou atrás na sua decisão de encerrar mais cedo o recinto da Recepção ao Caloiro deste ano, e autorizou a Associação Académica do Algarve a fazer a 1 de Outubro uma das festas no centro da cidade, até às 5 horas da madrugada.

Na semana passada, cerca de dois mil estudantes estacionaram em peso frente à Câmara de Faro, protestando contra o encerramento precoce do recinto da Recepção ao Caloiro às 2 horas da madrugada, de domingo a quinta-feira, e uma hora mais tarde, às sextas e sábados.Na altura, o presidente da Câmara defendeu que “seriam 12 dias consecutivos de ruído até às 6 horas da madrugada, dez dos quais dias úteis, o que não seria tolerável para ninguém”, salientando que “os espectáculos realizam-se ao ar livre e as queixas avolumaram-se, pelo que se constatou a excessiva incomodidade que o ruído produzia para o descanso dos moradores das zonas circundantes”. “Para além disso”, reforçou o edil, “foram registados distúrbios consideráveis e a disseminação de centenas de garrafas de vidro pelas imediações do recinto, facto que poderia pôr em causa a segurança de pessoas e bens”.

No entanto, o autarca garantiu que se a Associação Académica obtivesse um número considerável de assinaturas favoráveis à causa dos estudantes, reveria a sua decisão. E foi o que aconteceu. O presidente da Associação Académica, Guilherme Portada, entregou ao edil 548 assinaturas de residentes em Faro e de estudantes universitários, apelando para que a tradicional Alcoolização dos Perus fosse feita dentro da cidade. Macário Correia acabou por ceder e a Associação Académica não votou os dois dias de luto académico, como tinha programado.

Durante a manifestação da semana passada, Guilherme Portada havia referido que a decisão do autarca era “completamente inadequada e acima de tudo fundamentalista, que revela falta de compreensão pelo espírito académico”, sublinhando que “se a Câmara compreendesse o impacto que os estudantes têm na economia da cidade, a sua decisão não seria esta”.

O presidente da associação defendeu ainda que “é apenas uma semana e meia de uma festa que é tradição académica na Universidade do Algarve, o que não é nada em nove meses, em que os estudantes trabalham, esforçam-se e formam-se”, acrescentando que “as pessoas que se queixam deviam respeitar isso”.

Para o responsável, “a cidade e a população de Faro têm muito mais a perder sem os estudantes da UALG e sem o dinheiro que eles trazem para a cidade de Faro”, pelo que, na altura, havia considerado esta atitude “um desrespeito pelos estudantes universitários e uma vergonha para uma cidade que se diz capital de distrito e que se diz universitária”.

Guilherme Portada deixara a promessa de que “as coisas não ficariam assim” e de que continuaria “a lutar pelos direitos dos universitários”.
 
"O Algarve"

1 comentário:

Anónimo disse...

Não, os estudantes não venceram braço de ferro nenhum!! Ficaram foi a saber que existe alguém na cidade, que zela pelo seu bom funcionamento e regulamentação: Macário Correia. Os estudantes da bebedeira ( tem 2 semanas de bebedeiras por ano) a Ualg deveria promover campanhas anti-alcoolismo!! Isso sim e não estimular a desgraça... alcoólicos jovens é um grave problema social...