Os novos parquímetros na Baixa de Faro, a funcionar desde o início do mês, estão a piorar a situação económica, que já era má com a crise, queixam-se os comerciantes. "Ruas vazias" e "quebras de receitas" são as queixas daqueles que acham as novas máquinas desnecessárias.
"Parecem ruas fantasma. Não se vê carros estacionados, vê-se cada vez menos pessoas...", descreve ao CM Graça Ribeiro, proprietária da Óptica Rui, queixando-se que, nas últimas duas semanas, depois dos parquímetros entraram em funcionamento, já registou uma quebra nas vendas a rondar os 30 por cento. "O negócio já não estava famoso e agora só ficou pior", desabafa a mesma.
Luís Barão, da Associação de Comerciantes da Baixa de Faro, revela que desde que foram instalados os parquímetros já fecharam duas lojas. "Não sei se foi, ou não, coincidência. É certo que fecharam por falta de clientes e os parquímetros não vieram ajudar".
"Nem sei o que dizer. Se as coisas já estavam más, a situação dos parquímetros veio fazer transbordar o copo de água", realça o comerciante Ângelo Dias, 69 anos, da pastelaria Gardy.
"Não sei se foi o executivo do actual presidente da câmara o responsável pela ideia da implementação dos lugares pagos, mas seja quem for, não teve uma ideia feliz. Não eram necessários", avalia ainda.
ROTAÇÃO COM RESULTADOS POSITIVOS
Apesar de a Câmara de Faro não tecer qualquer comentário oficial sobre o assunto dos novos parquímetros, o CM sabe que esta semana vão ser apresentados dados estatísticos com "resultados positivos". Segundo fonte da autarquia farense, os dados a ser divulgados revelam uma elevada taxa de rotatividade dos lugares, que terá triplicado desde que se iniciou a cobrança. E haverá uma média diária de quatro carros por lugar de estacionamento. "No Mercado Municipal, por exemplo, os comerciantes estão satisfeitos com os parquímetros, porque há mais espaço para os clientes estacionarem durante o dia", adiantou a mesma fonte.
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