12/11/2010

Despedimento custa 3 milhões

Como vai ser a vida depois de 11 de Janeiro? Esta a grande dúvida para a maioria dos 336 trabalhadores da Groundforce no Aeroporto de Faro alvo de despedimento colectivo. Nessa data, cumpre-se o prazo legal de 60 dias sobre o anúncio feito pela administração da empresa. Depois, estão no desemprego.

"Na maioria, temos mais de 40 anos de idade e mais de 20 de empresa, só temos formação nesta área, não sabemos o que vamos fazer", admite Cristina, uma das funcionárias da Groundforce. "São situações desesperantes", continua, "há casos de casais que se conheceram na empresa e trabalhavam aqui os dois", explica. 

Ontem, António Goulart, da União dos Sindicatos do Algarve, estimava que o despedimento colectivo na Groundforce ia custar ao Estado "por alto, no mínimo, três milhões de euros por ano com os subsídios de desemprego". Para o sindicalista, este "é um despedimento como nunca se viu no Algarve, violento e selvagem, que vai ter um impacto enorme na economia da região".

Trabalhadores e sindicatos estiveram ontem reunidos em busca de uma solução alternativa para o problema. "Somos trabalhadores da TAP, não da Groundforce", explica Cristina, "temos de ver o que pode ser feito em termos legais". Até lá, vão continuar a apresentar-se, fardados, nos postos de trabalho.
A ministra do Trabalho garantiu, entretanto, que a Autoridade para as Condições do Trabalho vai analisar o caso. O Governo tem de "verificar como o processo é conduzido", disse Helena André. Hoje os funcionários da Groundforce reúnem-se com a Comissão de Trabalhadores. 

"C.M."

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