14/09/2010

Homem encontrado carbonizado dentro de carro

 Um homem foi encontrado carbonizado dentro de um automóvel, durante a noite, no concelho de Faro. Testemunha diz ter ouvido disparos, mas só a Polícia Judiciária poderá desvendar o que se passou.

A estrada é estreita, pouco iluminada, mas fica junto a uma outra, de grande movimento, que liga Faro à povoação de Santa Bárbara de Nexe e mesmo por baixo de um viaduto da Via do Infante.
Nada o faria supor, mas foi aqui que ontem à noite, alguns habitantes de moradias vizinhas, nesta zona rural, deram com um cenário macabro: um veículo a arder, com um homem sentado ao volante.
"Nós recebemos o alerta às 23h31, e enviámos quatro veículos com dez elementos da Força Operacional Conjunta dos Bombeiros de Faro", adianta ao Expresso fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro. 
"Às 23h56 o veículo já estava em fase de rescaldo", acrescenta a mesma fonte, que confirmou a existência de um indivíduo carbonizado dentro do automóvel.

Carro tem matrícula portuguesa

No chão, não há marcas de travagem e pela disposição do veículo na estrada, ainda que em contramão, tudo aponta para que o automóvel, um Renault Laguna de matrícula portuguesa, do ano de 1997, estivesse parado.


Mas há mais indícios de que se poderá tratar de um crime, como relatou ao Expresso uma testemunha, que foi esta manhã inquirida pela Polícia Judiciária: "Eu estava ao computador, aí por volta da meia-noite, quando ouvi três estoiros, pareceu-me três tiros. Mas como às vezes à noite se ouve tiros por aqui, durante a época da caça, nem liguei muito", conta Pedro Alexandre, um dos moradores que reside nas imediações.
Pedro Alexandre foi esta manhã contactado pela Polícia Judiciária, ao passar de automóvel pelo local quando dois inspectores já se encontravam a investigar o caso.
O corpo foi entretanto transferido para o Instituto de Medicina Legal de Faro para autópsia, de forma a tentar apurar a causa da morte. "É possível, em muitas situações, quando a destruição não é demasiado intensa, aferir pela autópsia se a pessoa estava viva aquando do incêndio", explica Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto de Medicina Legal. "Fazem-se exames com elementos macroscópicos, para aferir de lesões nas vias aéreas ou exames toxicológicos, tais como a taxa de carboxihemoglobina", acrescenta.
Neste último caso, os médicos legistas conseguem avaliar da existência desta substância no sangue em doses superiores às normais, o que indicia que uma vítima terá inalado fumos e portanto, se encontraria viva antes de atacada pelo fogo.
Contactada pelo Expresso, a Polícia Judiciária recusou-se a adiantar mais informações, confirmando apenas que o caso se encontra em investigação.

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"expresso"

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