18/07/2010

“Concentração é a maior da Europa”

Ontem foi o dia em que chegaram os últimos motards a Faro. O evento, cuja primeira edição contou com cerca de uma centena de participantes, recebeu este ano, até à data de fecho desta edição, perto de vinte mil motociclistas.

O crescimento gradual da dimensão da festa permitiu aos organizadores adaptarem-se "aos detalhes que a concentração, ao longo do tempo, foi exigindo", conforme confidenciou ao Correio da Manhã Arnaldo Tavares, o único empregado do Motoclube de Faro. "O número de pessoas não aumentou de forma brusca, e assim pudemos ir tomando conta das novas situações que se foram impondo", continuou.

Por detrás da festa e da paixão motard está um grupo de 1200 colaboradores, entre voluntários e membros do Motoclube de Faro, que permitem que tudo esteja alinhado para responder às necessidades dos motards. Por exemplo, o comprimento dos milhares de rolos de papel higiénico utilizados pelos participantes é suficiente para fazer uma viagem de Faro a Beja. "Gastámos cerca de 190 quilómetros de papel", contou Arnaldo Tavares. "Temos 5 km de vedações metálicas a fazer a divisória entre espaço interior e exterior", o que é suficiente para tapar 683 balizas de futebol.

O calor também tem contribuído para a boa afluência dos motards à zona das bebidas, totalizando, até ao fim da tarde de ontem, um total de 90 mil litros de cerveja, 95 mil litros de água e 60 mil litros de sumo consumidos. Isto significa que a bebida vendida na festa motard é suficiente para oferecer a cada cidadão farense 6 cervejas, 6 águas e 4 sumos. Também a comida não fica de parte, tendo o Motoclube encomendado 20 mil pequenos-almoços, 20 mil almoços e 20 mil jantares, o suficiente para alimentar com cada destas refeições cerca de um terço da população de Faro. Os mais de 60 quilómetros de cabo eléctrico permitiriam ligar Faro a Loulé três vezes. Os 120 feirantes presentes no recinto igualam o número de participantes da primeira edição desta festa. 

COMERCIANTES INDIGNADOS
 
A praia de Faro, pela proximidade ao recinto da concentração, é todos os anos um dos pontos mais procurados pelos motociclistas. A proibição de circulação em parte da ilha, a partir das 18h00, está a indignar e a revoltar os comerciantes. "Isto é uma vergonha. Para além de pela primeira vez termos que fechar os estabelecimentos às duas da manhã, ninguém nos avisou de que a circulação ia ser proibida", garante ao CM João Rosa, proprietário do bar O Vezinho.

O investimento feito está a causar preocupação entre os comerciantes. "Os frigoríficos estão carregados e não há dinheiro para pagar ao pessoal contratado. Investi perto de 14 mil euros", conta Ruben Eugénio, dono do Ruddy’s Bar. Vítor Santos, que investiu 20 mil euros e contratou várias pessoas, diz que o negócio está muito parado. "Já servi mais jantares no Inverno", diz.

De acordo com o chefe do gabinete de assistência à presidência da autarquia farense, Cristóvão Norte, "esta é uma situação articulada com a GNR por forma a zelar pela segurança e mobilidade das pessoas que se deslocam até à praia".
"correio da manhã"





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