Gripe A

Jovem acorda depois de quatro meses de coma

Um jovem com gripe A, em coma durante quatro meses, acordou e está a recuperar. O facto surpreendeu os médicos e está a ser estudado e documentado, disse a directora clínica do Hospital de Faro, onde o homem foi hospitalizado.
Renato Pedro tem 30 anos, está internado desde 26 de Agosto e, de acordo com Helena Gomes, a directora clínica do Hospital, «tem passado por situações muito complexas, desde a falência cardiorrespiratória à falência multiórgãos», que as equipas médicas «têm conseguido reverter», referiu a médica.
Médicos perplexos perante um caso raro
«A evolução da situação é atípica. Deixou-nos em muitos momentos perplexos perante a resposta», afirmou a médica, acrescentando que o doente já está «há várias semanas fora do coma» e «a situação que deriva da falência multiórgãos está ultrapassada», disse Helena Gomes.
Apesar das notórias melhorias, a director clínica do hospital de Faro referiu que «há sequelas, nomeadamente o eventual compromisso cerebral, que ainda não é perceptível porque não é possível fazer um exame neurológico completo», afirmou a médica, acrescentando que o paciente consegue «responder a ordens, compreender e ler», mas «não tem movimentos activos nas mãos, braços e membros inferiores nem não consegue responder».
A directora clínica do hospital referiu ainda que, apesar de haver alguma «instabilidade da parte respiratória», o doente poderá nas próximas semanas deixar a UCI e passar a ter acompanhamento na área da reabilitação.
Para a responsável, a melhoria ficou a dever-se a «um trabalho de vigilância e discussão entre os membros da equipa do Hospital com outros hospitais», incluindo «comunicações para fora do país», manifestando a convicção de que o doente continuará a «melhorar progressivamente», disse a médica.
Um caso de estudo
A Helena Gomes afirmou que a equipa está a documentar toda a situação, desde os registos dos diários clínicos, por imagem fotográfica e dos seus exames, porque a evolução foi perfeitamente inesperada e atípica», disse a responsável clínica do Hospital de Faro.
A médica referiu que «a informação ainda não está toda tratada» mas que no final espera analisar toda a documentação que será discutida em «reuniões médicas, nos colégios da especialidade, nos congressos, nas revistas científicas», afirmou a directora clínica do hospital de Faro.

 "TVI 24"