05/11/2011

Câmara de Faro "bloqueada" por falta de financiamento

A venda em hasta pública do património da câmara de Faro ficou deserta. O lote de imóveis e terrenos, avaliados em 14 milhões de euros, postos a leilão ontem e hoje, não tiveram qualquer proposta de aquisição. O município, admitiu o presidente da Câmara, Macário Correia, encontra-se “bloqueado” do ponto de vista financeiro.


Do conjunto dos edifícios colocados à venda, encontram-se alguns dos imóveis considerados emblemáticos da cidade, nomeadamente a antiga fábrica da cerveja, com um área de 2.680 metros quadrados, que poderia ter sido adquirido por 2,2 milhões de euros, com a possibilidade de ser convertida em empreendimento turístico ou habitacional. Macário Correia admite vir a “baixar o valor, nalguns casos”, mas sublinha que não vai “vender ao desbarato” o património municipal, só porque a conjuntura é de retracção nos investimentos.

O município de Faro necessita de injecção de capital de 30 milhões de euros para pagar as dívidas de curto de prazo, mas não encontrou no mercado soluções para o estrangulamento financeiro em que se encontra. “Temos património que é superior à dívida existente, não conseguimos é vende-lo”, sublinha. Os contratos de empréstimos já assinado com os bancos são de 16 milhões, e o património à venda é de 14 milhões”.

Porém, acontece que nem há comprador para as casas e os terrenos, nem a banca liberta o dinheiro. “Todos os dias os bancos propõem vírgulas e levantam dúvidas, sobre as minutas de contratos assinados”. O autarca, perplexo, observa: “Antigamente, os bancos andavam atrás das pessoas com dinheiro para emprestar, agora damos as garantias todas, definem-se listas de facturas e no dia seguinte têm mais 20 dúvidas – nunca vi tanta confusão”.

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