"Parecia mais um tsunami", contou ao CM Fernando Neves, 77 anos, que viu o seu automóvel ficar debaixo de água numa garagem na rua de São Luís. "Tentei tirar o carro, mas quando a água me ficou pela cintura tive de fugir", disse, deixando para trás o seu Saab de 40 mil euros, realçando que não tem seguro que cubra os estragos.
Dentro da garagem estavam sete carros e uma mota. Esta garagem foi o caso mais grave das inundações que afectaram também estabelecimentos comerciais da rua de São Luís. "Tudo o que era material eléctrico foi ao ar. Já estive a fazer as contas, e prevejo estragos de 30 mil euros", assumiu Rui Santos, 44 anos, proprietário do restaurante Rainha. "Quando chove muito há pequenas cheias, mas não via nada assim há 30 anos", acrescentou.
A escola EB1 de Marchil ficou ontem fechada devido à queda do portão de entrada, que resultou do desmoronamento de um muro. Segundo a autarquia, o estabelecimento de ensino irá reabrir hoje "com as condições de segurança adequadas". Já o Teatro Municipal teve inundações nos pisos -2 e -3 e, de acordo com o presidente da Câmara, Macário Correia, parte do sistema eléctrico ficou afectado, mas já está a ser arranjado.
Também os Paços do Concelho sofreram estragos nas clarabóias. Foi aberto concurso público para o conserto. "Não houve mortos nem feridos, por isso, da parte da autarquia, considero o valor dos estragos irrisórios. Amanhã [hoje] regressará tudo à normalidade", garantiu Macário Correia.
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