Frente de mar vai ser demolida

A divulgação do Plano de Pormenor da zona desafectada da Praia de Faro deixou perplexos os residentes. O Plano prevê a demolição de mais 185 habitações na zona desafectada, algumas legais, a juntar às já anunciadas 249, nas zonas nascente e poente. Deverá vir abaixo toda a frente do lado do mar, os restaurantes Paquete, Camané, Zé Maria, Roque e Forte e a colónia de férias, além de dezenas de casas.

Luís Marmelete apostou na requalificação do bar Pirata, na zona central da praia, e investiu 100 mil euros mas vai perder o espaço. "Câmara e Parque Natural autorizaram a obra, agora o Polis [programa que gere a requalificação da praia] embarga-a", diz.

Carlos Flôr, presidente da Associação para a Defesa e Desenvolvimento da Praia de Faro, considera o documento "ridículo" e explica que "entregaram quatro quilos de papel e não vem lá uma linha sobre o realojamento". O dirigente associativo não aceita a colocação dos moradores nos Moinhos (junto ao Pingo Doce) nem na av. Calouste Gulbenkian. "Queremos ficar na praia, como o Polis prevê. Por isso, abandonámos a última reunião e colocámos bandeiras pretas nas casas", refere.

Valentina Calixto, presidente da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, recusou falar "sobre um documento que está a ser analisado". O presidente da Câmara de Faro reserva uma opinião para a reunião do dia 17, com entidades envolvidas no processo. "Só agora é que recebi o documento, muito complexo, de um assunto complicado, que merece uma análise cuidada", diz Macário Correia.