08/02/2011

Diretor da RUA FM contesta afirmação da Câmara de que não há uma rádio local em Faro


Afinal Existe uma Radio em Faro!!!


O diretor da RUA FM demonstrou hoje, em comunicado, «o seu espanto com a afirmação de que Faro não tem uma rádio local», na sequência do comunicado ontem divulgado pela Câmara Municipal de Faro.
«Ao afirmar-se isto, é ignorado todo o trabalho que a Rádio Universitária do Algarve tem feito ao longo dos últimos oito anos», garante Pedro Duarte, diretor da RUA FM.

Ontem, em comunicado, a Câmara farense afirmava: «Faro é a única Capital de Distrito que não tem uma rádio local. É imperioso corrigir esta situação».

«Trata-se de uma aspiração legítima da população que, no quadro atual, se encontra privada de um instrumento essencial para que as manifestações culturais, económicas e sociais do concelho tenham a cobertura adequada», acrescentava a nota de imprensa da Câmara de Faro.

«Sem uma rádio de cariz local, informativa e generalista, o concelho vê-se, neste domínio, impossibilitado de ombrear em pé de igualdade com as demais cidades da região», continuava a nota da autarquia.

Um comunicado que motivou natural estranheza por parte da RUA FM. «Enquanto diretor de Antena da Rádio Universitária do Algarve considero estranha a afirmação quando, por diversas vezes, o presidente da Câmara passou pelos estúdios da RUA, quer para entrevistas relacionadas com o seu atual cargo, quer para falar de questões ligadas com o Algarve e Faro, estando ainda presente em diversos debates por nós organizados (ou em parceira)».

«Estranho mais ainda quando se refere à “população (…) privada de cobertura adequada às manifestações culturais, económicas e sociais do concelho”. O que dizer ao Teatro Municipal de Faro, CAPA, Universidade, Cineclubes, Orquestra do Algarve, ACTA, Al-Masrah, Associação de Músicos de Faro, LAMA, In-Loco, IPJ, Casa da Cultura de Loulé, CCDR, Direcção Regional de Cultura do Algarve, Câmara Municipal de Loulé, Faro, Tavira, Portimão e dezenas de instituições farenses ou todas as outras associações e grupos de pessoas que procuram diretamente a RUA para a divulgação das suas atividades, sendo, muitas vezes, das poucas portas abertas que encontram e - para alguns - a única onde gratuitamente o podem fazer?», interroga Pedro Duarte.

«E os que nos procuraram como parceiros nos seus debates sobre o concelho e a região, porque é dos poucos meios de comunicação que não excluiu a população da sua programação?», continua o diretor da RUA.

«E aqueles que nos diversos programas, alguns feitos em parceria com estruturas da Universidade ou mesmo outros meios de comunicação, divulgaram ou falaram dos seus projectos, alguns com uma importância estruturante para o Algarve?», acrescenta.

«E aos muitos que, durante estes anos, tiveram a oportunidade de partilhar com o auditório variados gostos musicais, sendo-lhes dada a oportunidade de, pelo menos uma vez, experimentarem o mundo da rádio?», questiona igualmente.

É que, salienta ainda Pedro Duarte, «a RUA é uma rádio local (sediada em Faro) de cariz universitário, mas com algumas limitações na exploração de fundos publicitários, que dificultam (mas não impedem) o atingir de alguns dos pontos que [o comunicado da Câmara] refere e aos quais nos propusemos».

«A informação constante e diária é algo que qualquer diretor de rádio aspira, porém, é a componente mais dispendiosa para um meio de comunicação e, mesmo assim, a RUA tem conseguido manter o seu auditório a par de quase toda a informação regional e é a sua grande aposta de futuro», sublinha o diretor da rádio de Faro.

No seu comunicado, depois de lamentar a alegada falta de uma rádio local em Faro, a Câmara revelava que, «no sentido de sensibilizar o Governo para a necessidade de colmatar esta omissão, o presidente da Câmara enviou uma exposição ao Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, com o objetivo de alertar para a situação, solicitando ao poder central a devida atenção para este vazio no campo da comunicação social radiofónica no concelho».

Ora, recorda o diretor da RUA FM, «a Faro foram, em tempos, atribuídas três frequências para a radiodifusão».

«Se não estão “localmente” ativas é algo que merece uma reflexão. A existência de uma rádio é mais que um atribuir de uma licença, deve ser uma necessidade sentida pela população, mas também a possibilidade de manter um modelo de negócio, algo que estranhamente não foi possível numa capital de distrito».

«Mais estranho ainda foi o retirar de uma frequência (para concurso) em Faro, tendo sido atribuída a um grupo estatal para retransmissão de um dos seus canais, privando a cidade da existência de mais um media radiofónico», acrescenta Pedro Duarte.

Mas o diretor da RUA explica que «a ideia de uma rádio (ou mais) por/para (o) concelho está um pouco ultrapassada com a nova lei da rádio (54/2010) a falar de cobertura de “um município ou um conjunto de municípios contíguos e eventuais áreas limítrofes...”
Mais nada garante que uma licença colocada a concurso para Faro seja para uma rádio generalista, pode sempre a passar a temática, por exemplo, de música».

Por isso, sublinha Pedro Duarte, «importante para o Algarve (e para Faro) é uma imprensa e rádios regionais/locais fortes e independentes, para que possam, na realidade, exercer o 4º poder que lhes é confiado».

«A Rádio Universitária do Algarve afirmou-se desde o início como independente, de serviço público, aberta a todos, principalmente na divulgação e no contributo para o debate e diálogo dos problemas da região», salienta.

«Em parte, os objetivos foram atingidos e o futuro da rádio passa pela sua afirmação e pelo debate da região dentro da rádio».

«O que foi conseguido foi com o apoio e esforço dos voluntários que diariamente contribuíram para o sucesso (reconhecido) da RUA, com os sócios (UAlg e AAUAlg), que mantiveram a RUA, e por todos os que reconheceram mérito no trabalho feito», frisa também Pedro Duarte.

«Muito mais pode ser atingido se se unirem esforços e os apoios aparecerem para que possamos ter uma rádio ainda mais informativa, cultural e plural no concelho, porque uma rádio local Faro já tem», conclui o diretor de antena da RUA FM.

Noticia enviada por "Ricardo"

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem... É assim mesmo... Bem dito!

O Macário quer é tempo de antena, quer uma rádio so para ele, para ao estilo ditatorial impingir a sua propaganda!