Estragos causados pelo mar em duas casas do lado poente da ilha de Faro obrigaram a demolições controladas.
A forte ondulação que se tem feito sentir com o adensar do Inverno (ondas já atingiram os cinco metros) fizeram estragos na madrugada de terça-feira (21 de Dezembro) e deixaram duas casas totalmente inabitáveis, sendo que numa delas o chão desabou por completo e até parte do recheio (frigorífico e vários móveis) foi levado pelas ondas para o areal. Outra das habitações viu uma racha na parede expor por completo a cozinha, situação que se deteriorou com o passar dos dias.
A polícia marítima chegou a temer pelo pior na madrugada seguinte e vedou o local, pois a derrocada estava iminente, mas as casas aguentaram até ter sido possível fazer as demolições controladas, que decorreram no final da semana passada.
Esta situação valeu apenas para o susto dos locais, já que as duas habitações são apenas utilizadas nas férias e aos fins-de-semana. Mas o perigo não passou, até porque quando a ondulação está mais forte, as ondas do mar cavam a areia da duna onde se situam as restantes casas – mesmo que algumas delas já se tenham fortificado com pedras e cimento.
A Sociedade Polis está a levar a cabo um plano de demolição das habitações das ilhas da Ria Formosa e os moradores – na sua maioria pescadores – que conseguirem provar que a casa onde moram é a primeira habitação serão realojados. Porém, os moradores das 248 casas da praia de Faro (155 na zona poente e 93 na zona nascente) continuam sem saber do seu futuro, já que garantem que estão à espera de desenvolvimentos desde Setembro, altura da última visita de um responsável do Polis.
“Entretanto dormimos com medo que uma onda nos entre pela casa”, diz ao semanário «O Algarve» Cesaltina Pina, que já mora na ilha há mais de 50 anos.
“Todos os Invernos são assim, mas o mar está cada vez mais perto das casas e temo pelo que possa acontecer”, reforça.
Mas se uns até vêem com bons olhos a mudança, outros nem tanto, como é o caso de Francisco Silva, um pescador que vive na ilha há 67 anos e garante que ninguém o tira de lá.
“Não saio. Já moro aqui há muito tempo e não vejo razão para me mudar. Deviam era continuar a por pedras à frente das casas para as ondas não chegarem”, aponta.
Já para Marisa Peres, de 23 anos e que mora bem perto das casas em risco de ruir há 21, receia não ser realojada.
“Dizem-me que a conta da luz não é alta o suficiente para provar que moro aqui. Já não sei o que fazer mais”.
1 comentário:
Essa seleçao da polis para dizer quem mora na praia oui nao cheira-me a indios. Neste caso e a conta da luz ha quem esteja na mesma situaçao pela conta da agua que nao e suficiente. Por favor.....em vez de poupar deixem a torneira aberta e a luzes ligadas o dia todo.
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