05/12/2010

Trabalhadores despedidos enchem igreja de Faro para escutar mensagem do bispo

A maioria dos 336 trabalhadores da Groundforce em Faro, vítimas do recente despedimento colectivo por e-mail, e respetivas famílias encheram hoje à noite a Igreja Matriz de São Pedro para ouvir a mensagem de apoio do bispo do Algarve.

Em declarações à agência Lusa, Mateus Mendonça, do Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos, adiantou que o “processo de negociação de despedimento coletivo na escala de Faro está terminado” e que se “passou a outra fase”.

“Passámos a uma fase onde o que temos é a pressão política e, obviamente, continuamos a lutar porque ainda acreditamos que sejam mantidos os postos de trabalho”, disse Mateus Mendonça.
A “manutenção dos postos de trabalho na Groundforce é o pedido que os trabalhadores da empresa mais vão fazer, comentou o sindicalista.

“Não poderei falar por todos, mas o que está em cima da mesa é, sem dúvida, a manutenção do posto de trabalho e que estamos agora privados dele e que é tão importante”, referiu.
“Luz”, “esperança nas adversidades” e “compaixão” foram algumas das palavras de apoio proferidas pelo bispo do Algarve aos trabalhadores da Groundforce e familiares presentes na homilia.
O presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, o ex-autarca farense José Vitorino e o responsável pela União dos Sindicatos do Algarve, António Goulard, também participaram na eucaristia presidida por Manuel Quintas, num gesto de solidariedade.

A Groundforce, detida pela TAP que tem como função assistir companhias áreas em terra, anunciou, a 10 de Novembro, o encerramento da operação em Faro, no Algarve, e o despedimento colectivo de 336 trabalhadores, como resultado das perdas da empresa, estimadas em 20 milhões de euros só este ano.
A empresa propôs, em Novembro, manter os contratos de trabalho das sete mulheres grávidas ou lactantes e de um dos membros dos 15 casais despedidos na escala de Faro, como forma de “diminuir os efeitos do despedimento colectivo”.

O sindicalista Mateus Mendonça explicou à Lusa que "não houve acordo no despedimento colectivo", mas que as propostas da Groundforce vão ser apresentadas individualmente aos trabalhadores (às lactantes, aos casais e aos funcionários em situação de pré-reforma) que, depois, as aceitarão ou não.

A 25 de Novembro, o bispo do Algarve recebeu, no Paço Episcopal de Faro, uma delegação de trabalhadores da Groundforce que lhe quis agradecer o apoio dado aos funcionários, nomeadamente a intervenção junto do Presidente da República aquando da recente visita à região para as comemorações dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique.
Foi nessa altura que surgiu a ideia de realizar uma missa pelos trabalhadores da Groundforce de Faro.


Sem comentários: