20/11/2010

José Vitorino diz que Macário Correia é “um vendedor de ilusões”

O movimento Cidadãos com Faro no Coração (CFC), liderado pelo ex-presidente da câmara de Faro, José Vitorino, acusou hoje o actual líder do executivo, Macário Correia, de ser um “vendedor de ilusões” e de “abuso de poder”.

Em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, aquele grupo de cidadãos – que contam com um representante na assembleia municipal de Faro – fez o balanço do primeiro ano de mandato do elenco liderado pelo autarca social-democrata.

“O balanço de 20 meses – um ano de mandato mais oito meses de campanha – do presidente e da coligação é de descalabro”, disse o ex-presidente e ex-vereador da autarquia da capital algarvia.

Para o grupo liderado por José Vitorino, “em vez do paraíso prometido pelo candidato que se apresentou como salvador, Faro está perante um «inferno»”. Macário Correia, acrescentou, é “um vendedor de ilusões e o principal responsável por um enorme embuste eleitoral”.

“Perante uma situação financeira que conheciam em pormenor, o presidente e a maioria comprometeram-se com 200 medidas que satisfaziam as aspirações dos munícipes farenses. Agora, sem coerência e com despudor, desculpam-se com o que já sabiam”, frisou o movimento.

O ex-presidente afirmou que a coligação PSD/CDS-PP mantém a legitimidade jurídico-formal mas, ressalvou, “em apenas um ano já perdeu a legitimidade democrático-eleitoral, porque os eleitores foram enganados”.

José Vitorino sustentou que, neste período, os “actos graves” do presidente e do executivo já ultrapassaram a centena, tendo seleccionado uma dúzia de “pecados sem perdão”.

As práticas de Macário Correia são o principal alvo de críticas dos CFC, que acusa o autarca de “abuso de poder”. “Têm genes muito negativos: ofensas e difamações, prepotência, perseguição aos munícipes, mentiras e manipulações, compadrio partidário; e dificuldade em lidar com as regras democráticas”, refere-se.

“Em assembleia municipal, o presidente recusa-se a responder às perguntas e inquirições da oposição, dizendo que não o faz porque não são construtivas. Nem na Assembleia Nacional se dizia isto, com este descaramento todo”, exclamou José Vitorino.

Os Cidadãos com Faro no Coração criticaram igualmente a nomeação de “três comissários político-partidários” para administradores de empresas municipais, “recebendo em conjunto anualmente cerca de 200 mil euros”, cujo critério de escolha foi a “distribuição de tachos a altos dirigentes do PSD e CDS ou familiares”. “É um imperativo que de imediato se demitam ou sejam demitidos”, exigiram.

A “destruição da estrutura da sociedade farense”, pelo estrangulamento das associações clubes e instituições de solidariedade social, e “total ausência de consciência social”, com a extinção de apoios existentes, são outros dos “pecados” citados.

José Vitorino abordou ainda a gestão financeira da autarquia, que considera “incompetente e ruinosa”, com “aumento de despesas em 2010, em vez da redução apregoada”.

Enumerando “os custos acrescidos com os maus contratos com a Fagar, custo do comboio turístico na ilha sem passageiros e terrenos doados à Ambifaro”, os CFC concluíram: “São superiores aos dois milhões de euros que o executivo diz ter reduzido.” 
 
"DiáriOnline"

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