13/11/2010

Concorrência foi criada pelo Estado

"Éramos uma empresa lucrativa até aparecer a Portway." A acusação é de um dos 336 funcionários da Groundforce em Faro, alvo de despedimento colectivo esta semana. "A política de preços que a Portway começou a praticar criou uma concorrência com a qual não podíamos competir", acrescenta o mesmo funcionário, sob anonimato.

Por pertencer à ANA – Aeroportos e Navegação Aérea, a Portway "beneficiava, por exemplo, de melhores preços no aluguer de espaço do check-in", garante um outro funcionário da Groundforce, também sob anonimato, e "desta forma podia cobrar taxas mais baixas às companhias aéreas". 

Esta concorrência entre duas empresas do Estado (a Groundforce pertence à TAP) é confirmada por fonte da ANA, que acrescenta outros aspectos onde a Portway foi beneficiada. "Houve serviços nos aeroportos em que a ANA, por não lhe interessar, atribuiu a exploração à Portway", exemplifica.

Obrigada a reduzir preços, a Groundforce começou a apresentar prejuízos e, "pelo menos há dois anos que havia boatos sobre possíveis restruturações em Faro e Funchal", admite André Teives, do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroportos, que, no entanto, não comenta uma possível concorrência. O Algarve acabou por ser o alvo escolhido, com a decisão de encerrar as operações da Groundforce em Faro.
Na Portway, ontem, não estava "qualquer director para prestar declarações" e da ANA não quiseram comentar estas acusações. 
 "C.M."

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