29/09/2010

Cirurgia fatal sem culpados

Sem culpados. É assim que termina o caso da jovem de 25 anos que morreu três dias depois de ter feito uma lipoaspiração numa clínica privada, em Faro.

Depois de o Ministério Público ter acusado o médico, especialista em rins, de homicídio por negligência, a juíza de instrução criminal do Tribunal de Faro concluiu que o clínico que fez a cirurgia não deve ir a julgamento. A magistrada, após a fase de instrução, entendeu que não há indícios suficientes para imputar ao arguido a responsabilidade da morte de Fátima Santos. A cirurgia foi realizada a 12 de Janeiro de 2008 na EstéticAlgarve.

As dúvidas sobre as causas da morte foram cruciais para a decisão da juíza Ana Lúcia Cruz. Segundo o despacho de não pronúncia a que o CM teve acesso, "a autópsia realizada padeceu de insuficiências, designadamente por não se ter procedido a qualquer tipo de análises aos tecidos a fim de se poder determinar a concreta natureza das lesões cutâneas que a falecida apresentava, qual a sua causa e qual a sua relação com o evento morte que se veio fatalmente a verificar". 

A autópsia indicou uma embolia pulmonar como causa de morte. No entanto, dois especialistas (um é o presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, Duarte Nuno Vieira) colocaram em causa o relatório da autópsia. Por outro lado, a juíza concluiu que, após a cirurgia, o médico "efectuou observação clínica" e ministrou "medicação adequada aos sintomas apresentados".
"C.M."

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