A atribuição do nome de Isaac Bitton a uma rua da urbanização nas proximidades do Centro de Saúde de Faro será realizada no âmbito das comemorações do dia da cidade, 7 de Setembro.
Isaac “Ike” Bitton, que faleceu a 14 de Julho de 2006, era natural de Lisboa mas residia nos Estados Unidos. Em 1984 acompanhado pelo seu irmão Joseph, veio a Faro visitar o local onde nascera e estava sepultada a sua mãe.
O completo abandono em que se encontrava o cemitário judaico levou a que os Bittom fizessem a promessa de restaurá-lo exactamente como era antigamente, em memória de todos os defuntos da Comunidade Judia de Faro.
No regresso aos Estados Unidos, Bitton fundou o Faro Cemetery Restoration Fund Inc., uma organização sem fins lucrativos, visando a angariação de fundos para as obras de recuperação, entregues à comunidade Judia de Lisboa, por já não existir em Faro nenhuma das duas sinagogas, a última das quais fechou nos anos sessenta.
Quando em 1991 foi celebrado em Portimão, pela família Ralph Pinto a cerimónia Channukah, foi de novo constituída a Comunidade Judaica no Algarve, a quem a partir dessa data, foram entregues as verbas para a recuperação do local.
Em 1993 foi realizada a cerimónia de dedicação do cemitério e a 3 de Junho de 2007 abriu o novo museu sinagoga Isaac Bitton, constituindo-se assim o Centro Judaico de Faro (The Faro Jewish Heritage Centre).
O terreno do cemitério foi adquirido em Dezembro de 1851, por Joseph Sicsu, Moises Sequerra e Samuel Amram, líderes da comunidade judaica então existente em Faro que congregava 60 famílias. As paredes do cemitério foram construídas no ano 5638 (1887) do calendário judeu, data gravada na porta de entrada, embora no interior haja túmulos que datam de 1838.
A primeira sepultura é, no entanto, uma réplica montada de um túmulo Judaico de 1315 de Josef de Tomar, encontrado no início de 1900, também em Faro, a atestar a presença de judeus na cidade desde longa data.
O cemitério funcionou entre 1838 e 1932, data da última inumação e possui 107 túmulos. O primeiro enterro foi o do Rabbi Joseph Toledano em 1838 e o ultimo foi o de Abraham Ruah em 1932.
No cemitério existe ainda uma casa Tahara (destinada a lavar os mortos e rezar) mas actualmente funciona ali o museu, onde assumem relevo central, peças de uma antiga Sinagoga que existiu em Faro.
Estão patentes documentos sobre a história da presença judaica em Portugal e um facsimile do Pentateuco, isto é do conjunto dos primeiros cinco livros da Bíblia, (Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio), o primeiro livro impresso em Portugal, em 1487, justamente na cidade de Faro, pelo judeu Samuel Gacon.
À porta, foram plantadas dezoito árvores em honra a Aristides Sousa Mendes que salvou a vida de centenas (ou mesmo milhares) de judeus perseguidos pelos nazis.
O conjunto do cemitério e do novo museu passou a constituir o Centro Judaico de Faro classificado como um lugar de interesse público no Registo Português de Monumentos Históricos Nacionais.(ler mais)
Entrada do Centro Judaico de Faro
Existem 107 túmulos no Cemitério Judaico
Isaac Bittom foi o impulsionador da recuperação da herança da comunidade judaica de Faro
"observatório do Algarve"
3 comentários:
Á que Manter viva a história da Nossa cidade, é algo que me orgulho e é algo que gostaria de mostrar a quem cá vem, ainda existem muitos edifícios nesta cidade que estão abandonados e fazem parte da nossa cultura.
http://blogdapontamentos.blogsome.com/images/alianca.gif
http://3.bp.blogspot.com/_DrXi-MpuS1c/S9SgFcMHkZI/AAAAAAAAFeQ/DuHukpr_Fpk/s1600/seguran%C3%A7a+social+devoluto1.jpg
entre muitos muitos outros...
Ao fim de um testamento deste tamanho, ainda há a coragem de instigar o leitor a "ler mais". Por amor de Deus...
Bom post mt interessante, é preciso não renegar a nossa historia.
ver aqui
http://caminheiros98faro.blogspot.com/2007/07/o-1-livro-impresso-em-portugal-foi-em.html
Pedro Carrega
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