"Actualmente, a Câmara vive para pagar os vencimentos aos funcionários", afirma Macário Correia, presidente da Câmara, frisando que, por isso, falta dinheiro para cumprir as tarefas públicas a seu cargo. A autarquia conta com 1100 funcionários.
O autarca revela, sem adiantar números concretos, que essa redução "está a ser feita de forma progressiva; há contratos que não foram renovados e outros que poderão vir a não ser renovados", mas "sem criar problemas sociais".
A autarquia conta com uma dívida vencida que ascende a "27 milhões de euros" e o prazo de pagamento médio aos fornecedores atinge os "453 dias", mas, segundo o autarca, "o fosso tem vindo a reduzir-se".
Macário Correia diz que, no ano passado, a autarquia acumulou, em média, um défice de 250 mil euros por mês, mas as medidas que estão a ser postas em prática permitirão "ainda este ano, chegar ao equilíbrio entre receitas e despesas".
O edil refere ainda que encontrou situações de "anarquia e irresponsabilidade", como a Câmara pagar a conta da luz de pastelarias. Foram ainda detectados situações irregulares com 100 dos 500 inquilinos da Câmara. Alguns não pagavam rendas há cerca de 15 anos.
POLÉMICA COM ORDENADOS
O líder do PS-Faro, João Marques, acusa o presidente da Câmara de "tentar lançar poeira para os olhos dos munícipes", em relação aos ordenados nas empresas municipais. Em entrevista à rádio RUA, Macário Correia disse que a Fagar "tinha uma pessoa que ganhava mais do que o presidente da Câmara" e que no Mercado havia elementos na administração devido a "fretes de carácter pessoal e, nalguns casos, de carácter partidário".
Marques responde que Macário revela "populismo e, sobretudo, não diz a verdade". E desafia este a revelar os ordenados praticados no mandato do PS e os actuais, para que seja possível verificar "onde estão os acordos partidários e pessoais a que aludiu o actual presidente". Macário garantiu ao CM que esses dados já foram revelados na Assembleia Municipal.
PORMENORES
EVOLUÇÃO
Segundo os dados revelados em nota de imprensa pela Câmara de Faro, o passivo da mesma triplicou desde 2002 até 2009, atingindo actualmente os 94 milhões de euros.
EQUILÍBRIO
A autarquia está a diligenciar no sentido da concepção de um plano de reequilíbrio financeiro que permita, a médio-longo prazo, "corrigir o desequilíbrio estrutural que a instituição padece e, desse modo, prepará-la para melhor responder aos munícipes".
FUSÃO
A Câmara vai proceder à fusão das actuais empresas municipais de Faro numa só, com o objectivo de reduzir os gastos e gerar sinergias.
ILHA DE FARO
Em entrevista à rádio RUA, Macário revelou que cerca de 90% pessoas com casa na ilha de Faro não têm lá a primeira habitação.
"correio da manhã"
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