“Balas para as motas”
A investigação começou por haver suspeitas de tráfico internacional de armas mas os cinco elementos algarvios do grupo motard Hell Angels estão apenas a ser julgados por outros crimes, como posse de arma proibida e munições e por tráfico de droga.
O julgamento que envolve os cinco motards e mais quatro arguidos, detidos em Novembro de 2008 pela Direcção Central de Combate ao Banditismo da Polícia Judiciária (PJ), começou ontem no Tribunal de Faro. Apenas um dos arguidos, que não é membro dos Hell Angels, está em prisão preventiva por ter sido apanhado em flagrante pela PJ a vender uma caçadeira de canos serrados. Tinha ainda em casa outra arma semelhante e várias munições. "As armas foram deixadas na minha casa por um amigo que foi para o estrangeiro e como precisava de dinheiro decidi vender uma delas", justificou António Lázaro Carmo. A compra iria ser feita por um antigo funcionário do Ministério da Agricultura e Pescas, que precisava de "uma arma para trazer no bolso durante a noite", por estar a receber ameaças. O negócio foi abortado pela PJ, no dia da entrega.
Quantos às munições, encontradas após buscas domiciliárias em casa de membros da facção algarvia do grupo motard nascido nos Estados Unidos da América, "eram para embelezar a minha Harley Davidson", justificou um dos motards acusados. "Uma das balas era para fazer um porta-chaves", alegou outro motard.
As soqueiras e bastões encontrados, segundo os motards, eram para "legítima defesa". As facas com medidas proibidas serviriam "apenas para cortar carne nas concentrações de motas". A PJ fez uma busca na sede do clube, em Faro, mas apenas encontrou uma pequena quantidade de cocaína.
VENDA EM FLAGRANTE
A venda de uma caçadeira por um dos arguidos, que não é membro dos Hell Angels, foi apanhada em flagrante pela PJ.
HAXIXE NA A22
Um dos arguidos, irmão de um dos motards, acusado de posse de haxixe, alegou que encontrou a droga na berma da Via do Infante e guardou-a no quarto de casa.
VÁRIAS MUNIÇÕES
Um dos motards tinha um revólver legalizado em casa e munições de calibre .32 e .22, estas últimas "oferecidas".
GORRO E FACA PROIBIDA
Um dos arguidos tinha no carro uma faca de medida proibida, um gorro e um fio eléctrico.
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